Tempo de leitura: 11 minutos

warburtonpape14800SBR rdax 60 copy

Depois de um final de semana de pausa, o Six Nations retorna com sua terceira rodada, que se inicia na sexta-feira, com o clássico entre Gales e França, em Cardiff. Para os franceses, a vitória é um passo decisivo na briga pelo título, enquanto para Gales o triunfo diante de sua torcida significa voltar à briga pelo tricampeonato.

No sábado, Itália e Escócia jogam naquela que sempre é tida como a decisão da colher-de-pau, enquanto na sequência a Inglaterra recebe a Irlanda, para um jogo de muita rivalidade valendo o Millenium Trophy. Para os irlandeses, a vitória é (assim como para os franceses) um passo crucial pela taça, enquanto para a Inglaterra (como para Gales) o triunfo em casa significa voltar a sonhar vivamente com o título. Emoção é o que não vai falta na Europa nos dois próximos dias!

- Continua depois da publicidade -

Clique aqui para conferir a grade de transmissões.

 

Dragão ferido contra gigante despertado

O jogo mais aguardado da 3ª rodada do Six Nations será a única partida a ser disputada em uma sexta-feira, com os times entrando em campo às 17h00, hora de Brasília. Gales, atual bicampeão, caiu fora de casa diante da Irlanda na rodada passada, permitindo a irlandeses e franceses assumirem a liderança isolada. Os galeses ainda não fizeram nenhuma grande atuação no torneio e a terceira rodada é o divisor de águas do Six Nations: uma vitória de Gales os reconduz à luta pela taça e embola a disputa. A França, por sua vez, chega credenciada por uma emocionante e convincente vitória sobre a Inglaterra, seguida por um contundente triunfo sobre a Itália – contra quem os galeses sofreram para vencer.

Gales parece ter perdido o brilho dos últimos anos ofensivamente, tendo dificuldades em ganhar metros e movimentar o jogo de maneira a extrair o melhor de seus magníficos 3/4s. A solução de Warren Gatland para arejar os galeses foi trocar o camisa 9, com Mike Phillips perdendo a titularidade em prol de Rhys Webb, campeão mundial de sevens em 2009. Priestland retém a camisa 10, com o 11 Liam Williams sendo a outra novidade da linha. Entre os avançados, a volta de Luke Charteris à segunda é mais do que comemorada em Gales, para que o Dragão faça frente à poderosa segunda linha francesa, do capitão Pascal Papé. Porém, preocupação maior está na primeira linha, com Gales tendo perdido a vantagem que vinha tendo sobre seus oponentes nesse setor. A França é, decerto, um dos times mais fortes no impacto do scrum, e provou isso contra a Inglaterra na estreia, ao contrário de Gales, que sofreu contra os italianos e irlandeses.

A França foi da água para o vinho – que parece cada vez mais Bordeaux. Sob a liderança de Papé, os Bleus ganharam foco e concentração e parecem mais comprometidos que nunca pela seleção. Apesar dos clubes franceses não terem dado descanso no último final de semana para seus selecionáveis, a França ainda comemora os frutos colhidos por um trabalho mais longo de preparação para o Six Nations e parece ter encontrado o equilíbrio ideal, com um pack forte em todas as posições – incluindo uma terceira linha em crescimento, com Picamoles dominando o jogo de contato e Nyanga encontrando sua melhor forma, controlando o breakdown. A única alteração foi por lesão, com Le Roux dando lugar a Lauret na asa.

Na linha, a aposta de Saint-André pela parelha Doussain, de 9, e Plisson, de 10, foi muito feliz, com os Bleus encontrando no jovem Plisson um abertura confiável, que sabe controlar e ler corretamente o jogo, municiando a sua linha da melhor forma. Em Huget, Fofana e Dulin, a França tem alguns dos 3/4s mais perigosos e em franca ascenção no mundo do rugby. Será um duelo de tirar o fôlego em Cardiff, com a sensação do ano passado medindo forças com a sensação deste ano.

 

Mamma mia, oh my God!

No sábado, o Stadio Olimpico de Roma irá lotar para a batalha das sempre desesperadas Itália e Escócia, únicos times que ainda não venceram neste ano.

Os italianos aparecem como franco favoritos à vitória, não só por jogarem em casa, mas por terem se apresentado de forma muito mais consistente que os escoceses nas primeiras rodadas. Ao contrário de outros anos, o pack escocês está criticamente fraco e poderá ser presa fácil para a Itália, sua monstruosa primeira linha, de Castrogiovanni e Ghiraldini, e sua perigosa terceira linha, de Zanni e Parisse, capaz de exercer impiedosa pressão sobre Greig Laidlaw, o cérebro escocês. Dominando o scrum, a Itália poderá ter a vantagem que não costuma contar: sua promissora linha, melhor do que nunca. Apesar do scrum-half Edoardo Gori não inspirar grande confiança e o abertura Tommaso Allan ainda ser uma incógnita, os Azzurri contam com 3/4s em crescimento, sobretudo a grande revelação da temporada, o centro Michelle Campagnaro.

Do lado do Cardo, a forma física é a maior preocupação, com seu scrum não conseguindo acompanhar os oponente do Six Nations. Além da criatiividade de Laidlaw, a aposta escocesa segue sendo seu brilhante fullback Stuart Hogg. Ou seja, poucas andorinhas para fazerem um verão. 

 

Vikings, celtas e saxões

Fechando a rodada, em Twickenham, a Inglaterra recebe a rival do outro lado do arquipélago, a Irlanda, em jogo que, além da liderança, vale taça: o Millennium Trophy, criado em 1988 em homenagem da fundação de Dublin pelo vikings. O troféu, em forma de capacete viking, será defendido pelos ingleses, que já o conquistaram por 16 vezes, contra 10 triunfos dos irlandeses (que não o ganham desde 2011).

Apontar um favorito para o jogo é muito arriscado, dado o equilíbrio entre as duas forças. A Inglaterra apostou neste Six Nations em um time jovem e muito promissor que, apesar de não ter tido sucesso contra os franceses, ainda não atingiu seu máximo, e a hora pode estar chegando, com o entrosamento evoluindo. Owen Farrell, com a camisa 10, não é mais unanimidade, mas jogará ao lado de Danny Care, que, com a cabeça no lugar, pode decidir. Com Jack Nowell, Luther Burrell, Johnny May , Billy Twelvetrees e, atrás, Mike Brown, a linha inglesa tem muito a mostrar. Já o pack não fica muito atrás, com uma segunda linha de alto nível, com Launchbury, que duelará com o renomado líder irlandês Paul O’Connell. O problema está na primeira linha, com a ausência de Dan Cole. Seu substituto é veterano e de qualidade indiscutível, David Wilson, mas a dúvida fica pela força que tem o Trevo nesse setor, com Healy, Best e Ross. Na terceira linha, a briga também será intensa, com alguma vantagem para a Irlanda, de O’Mahony, O’Brien e Heaslip. Esse será o setor chave na partida. Quem dominar os rucks, terá o controle da peleja. Wood, Robshaw e Vunipola compõem uma formação muito forte para a Inglaterra, mas a oposição pressionará até o limite a Rosa, em uma verdadeira batalha por centimetros, com o breakdown sendo o olho do furacão.

O Trevo não tem nenhuma alteração com relação ao time que superou Gales com categoria e confiana experiência em sua linha, de Sexton, Kearney, D’Arcy e O’Driscoll, que dispensam comentários. A vitória em Londres é tudo o que a geração irlandesa, que não teve sucesso contra os All Blacks, precisa para dar um passo adiante na briga pelo título. É jogo decisivo para os Verdes.

 

6N copy copy

RBS Six Nations Championship 2014 – Seis Nações

*Horários de Brasília

2ª rodada

Sexta-feira, dia 8 de fevereiro

galesversus copiarfrança logo

17h00 – Gales x França, em Cardiff

Árbitro: Alain Rolland (Irlanda)

Gales: 15 Leigh Halfpenny, 14 Alex Cuthbert, 13 George North, 12 Jamie Roberts, 11 Liam Williams, 10 Rhys Priestland, 9 Rhys Webb, 8 Taulupe Faletau, 7 Sam Warburton (c), 6 Dan Lydiate, 5 Alun-Wyn Jones, 4 Luke Charteris, 3 Adam Jones, 2 Richard Hibbard, 1 Gethin Jenkins.

Suplentes: 16 Ken Owens, 17 Paul James, 18 Rhodri Jones, 19 Jake Ball, 20 Justin Tipuric, 21 Mike Phillips, 22 Dan Biggar, 23 James Hook.

França: 15 Brice Dulin, 14 Yoann Huget, 13 Mathieu Bastareaud, 12 Wesley Fofana, 11 Hugo Bonneval, 10 Jules Plisson, 9 Jean-Marc Doussain, 8 Louis Picamoles, 7 Wenceslas Lauret, 6 Yannick Nyanga, 5 Yoann Maestri 4 Pascal Papé (c), 3 Nicolas Mas, 2 Dimitri Szarzewski, 1 Thomas Domingo

Suplentes: 16 Brice Mach, 17 Yannick Forestier, 18 Vincent Debaty , 19 Sebastien Vahaamahina, 20 Damien Chouly, 21 Maxime Machenaud, 22 Rémi Talès, 23 Gael Fickou.

Histórico: 91 jogos, 45 vitórias de Gales, 43 vitórias da França e 3 empates. Último jogo: França 6 x 16 Gales.

 

Sábado, dia 22 de fevereiro

italiaversus copiarescocia logo

10h30 – Itália x Escócia, em Roma

Árbitro: Steve Walsh (Austrália)

Itália: 15 Luke McLean, 14 Angelo Esposito, 13 Michele Campagnaro, 12 Gonzalo Garcia, 11 Leonardo Sarto, 10 Tommaso Allan, 9 Edoardo Gori, 8 Sergio Parisse (c), 7 Robert Barbieri, 6 Alessandro Zanni, 5 Jashua Furno, 4 Quintin Geldenhuys, 3 Martin Castrogiovanni, 2 Leonardo Ghiraldini, 1 Alberto De Marchi

Suplentes: 16 Davide Giazzon, 17 Matias Aguero, 18 Lorenzo Cittadini, 19 Marco Bortolami, 20 Paul Derbyshire, 21 Tobias Botes, 22 Luciano Orquera, 23 Tommaso Iannone

Escócia: 15 Stuart Hogg, 14 Tommy Seymour, 13 Alex Dunbar, 12 Matt Scott, 11 Sean Lamont, 10 Duncan Weir, 9 Greig Laidlaw (c), 8 Johnnie Beattie, 7 Chris Fusaro, 6 Ryan Wilson, 5 Jim Hamilton, 4 Richie Gray, 3 Moray Low, 2 Scott Lawson, 1 Ryan Grant

Suplentes: 16 Ross Ford, 17 Al Dickinson, 18 Geoff Cross, 19 Tim Swinson, 20 Dave Denton, 21 Chris Cusiter, 22 Duncan Taylor, 23 Max Evans

História: 21 jogos, 14 vitórias da Escócia e 7 vitórias da Itália. Último jogo: Escócia 30 x 29 Itália.

 

RFU logoversus copiarirlanda

13h00 – Inglaterra x Irlanda, em Londres – Millenium Trophy

Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)

Inglaterra: 15 Mike Brown, 14 Jack Nowell, 13 Luther Burrell, 12 Billy Twelvetrees, 11 Jonny May, 10 Owen Farrell, 9 Danny Care, 8 Billy Vunipola, 7 Chris Robshaw (c), 6 Tom Wood, 5 Courtney Lawes, 4 Joe Launchbury, 3 David Wilson, 2 Dylan Hartley, 1 Joe Marler.

Suplentes: 16 Tom Youngs, 17 Mako Vunipola, 18 Henry Thomas, 19 Dave Attwood, 20 Ben Morgan, 21 Lee Dickson, 22 George Ford, 23 Alex Goode.

Irlanda: 15 Rob Kearney, 14 Andrew Trimble, 13 Brian O’Driscoll, 12 Gordon D’Arcy, 11 Dave Kearney, 10 Johnny Sexton, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip, 7 Chris Henry, 6 Peter O’Mahony, 5 Paul O’Connell (c), 4 Devin Toner, 3 Mike Ross, 2 Rory Best, 1 Cian Healy.

Suplentes: 16 Sean Cronin, 17 Jack McGrath, 18 Martin Moore, 19 Iain Henderson, 20 Jordi Murphy, 21 Isaac Boss, 22 Paddy Jackson, 23 Fergus McFadden.

História: 127 jogos, 73 vitórias da Inglaterra, 46 vitórias da Irlanda e 8 empates. Último jogo: Irlanda 6 x 12 Inglaterra.