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O Portal do Rugby esteve presente na coletiva de imprensa após o termino do jogo entre Brasil e Uruguai e teve a oportunidade de conversar com alguns atletas e com o técnico brasileiro, confira:
Como você avalia a partida e os problemas apresentados pelo Brasil neste jogo?
Scott “Razor” Robertson: Durante a partida, sabiamos que o scrum iria ser algo muito importante, e depois do cartão vermelho, jogando 35 minutos de partida com 14 jogadores e mais 35 com 13 jogadores, nós não conseguimos entrar no jogo. A realidade é que temos muitos jogadores novos, com poucos anos de jogo, é bom para eles porque dá experiência para esses jogadores, essa é a realidade.
Nativo, Qual avaliação geral você faz da partida?
Daniel “Nativo” Danilewicz: Eu acho que a gente deixou tudo no campo, não tenho duvida de nenhum jogador que entrou, porem a gente teve muitas lesões esse ano, que tiraram alguns jogadores principais da equipe e eu acho que isso tem uma grande contribuição para o nosso rugby, por outro lado é bom colocar esses jogadores novos para ganhar experiência.
E o resultado, foi o esperado? Havia muita expectativa de que fizéssemos um resultado igual ou superior ao do ano passado.
Nativo: Com certeza não o foi o resultado que a gente esperava, a gente esperava fazer uma partida melhor, mas é o que eu acabei de te falar, a gente perdeu muitos jogadores importantes, entraram jogadores novos e que, pensando pelo lado positivo, estão ganhando experiência.
E quais foram as principais diferenças sentidas contra o Uruguai desse ano em comparação ao Uruguai do ano passado?
Nativo: O scrum, tivemos problemas no scrum, acredito que de todos os problemas foi o principal, e o fato de jogarmos com jogadores a menos, jogar contra eles com 15 jogadores é extremamente difícil, ainda mais com 14 ou 13 jogadores. Jogar com um homem a menos e em alguns momentos com 2 homens a menos contribuiu muito para que o jogo tenha se desenrolado desta maneira.
Jardel, nós sofremos contra o scrum chileno, voltamos a sofre contra o scrum uruguaio, o que aconteceu com o scrum brasileiro do ano passado para cá?
Jardel Vettorato: No chile a gente jogou mal, o scrum trabalhou errado, os fowards cada um quis fazer um trabalho individual, esqueceram a coletividade. Hoje a gente iniciou com o primeiro,o segundo scrum com o mesmo erro, depois a gente melhorou mas no meio do jogo a gente tomou algumas decisões equivocadas, de deixar girar principalmente pelo lado direito, para forçar uma infração do Uruguai, mas a gente precisa é treinar mais junto.
A gente treinou muito pouco o scrum, aquele scrum que jogou contra o México estava fora da realidade, México não fez oposição nenhuma e criou uma ilusão de que a gente tava bem. Mas a gente sabe que tem muito a trabalhar, dois pilares novos, eu jogo ha quatro anos, o Abud está chegando agora, enfim, tem muito o que crescer ainda, eu acho que não dá para sacrificar o trabalho em prol de um ou dois jogos.
Tanque, o Brasil buscou fazer um bom trabalho com os passes, mas sofreu um bloqueio forte do Uruguai na hora de avançar e teve dificuldades em pará-los, com alguns tackles mal sucedidos, que avaliação geral você faz da atuação da linha brasileira nesse jogo?
Lucas “Tanque” Duque: Acho que não teve muita diferença não, a hora que eles meteram os 3ª linhas no meio da nossa linha complicava um pouco a gente, eles não foram muitos superiores que a gente na linha, o problema foi quando vieram os 3ª linhas trabalhar o passe, sobrando dois ou três, ai ficava complicado, eles tem pontas muito rápidos.
A gente sofreu bastante no todo, com o scrum sendo empurrado para trás, o rugby é uma corrente, se começa a errar de um lado, atrapalha a linha e é isso, tomamos os tries nas pontas e com os 3ª linhas no meio da nossa linha foi complicado defender eles, com sobrenumero e mais jogadores , foi f*** mesmo.
Também tivemos a oportunidade de conversar com Pablo Lemoine, técnico dos Teros, que comentou sobre as mudanças nos Teros nesse ultimo ano e também, sobre as lesões sofridas pela equipe uruguaia.
Quais foram as principais diferenças do Uruguai desta partida para o Uruguai que o Brasil enfrentou no ano passado?
Pablo Lemoine (Técnico do Uruguai): Em um ano, Uruguai reforçou-se com muito rugby internacional, com os tests de junho e tests de novembro, as partidas da Americas Cup, a Nations Cup. Creio que, sobretudo, esta experiência criou uma equipe que jogue em um nível que o Brasil não tem oportunidade de jogar em quantidade de jogos anuais, os jogadores pegaram este ritmo e por isso ocorreu tanta diferença
Decidimos que precisávamos tratar os 20 primeiros minutos como os mais importantes, no ano passado o Brasil nos complicous nos primeiros 20 minutos porque entramos muito displicentes. Fomos muito duros, principalmente nas formações, que foi onde mais dificultamos.
Sobre as lesões sofridas pelos Teros durante a partida, Lemoine também comentou: “O que mais nos incomoda é que essas lesões foram mal intencionadas, não me parece que este seja o espirito do torneio, principalmente a cabeçada no scrum, porque essa agressão? não entendo como orientam um jogador como esse. (…) Em duas partidas usamos toda a equipe mas isso não é um problema, é outra coisa que nos incomodam, que resolvam isso quem tem que resolver.”
Pablo Lemoine se refere à lesão no joelho sofrida por Pachi Arocena em um tackle e que não poderá jogar contra o Chile no sabado e ao corte sofrido por Cochi Durán durante um scrum, que culminou em cartão vermelho para Chabal.