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Brasil e México se encontraram em Santo André pelo segundo de dois amistosos entre as duas seleções em solo brasileiro, que servem como preparação do Brasil para o Sul-Americano A, que se inicia no dia 27 de abril. Cerca de 3,000 pessoas foram ao Estádio Bruno José Daniel para ver uma tranquila vitória do Brasil sobre as Serpentes mexicanas, que ofereceram resistência no início da partida, mas foram sendo pouco a pouco dominadas pelos Tupis.

 

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Vejam as fotos da partida, por Marcelo Farina

 

O jogo começou com try brasileiro logo no início. Na quinta-feira, na coletiva de imprensa, o treinador Scott Robertson havia brincado que o sonho do novo treinador de scrum Jason Ryan seria um try de scrum, o push-over try. E foi com um try dessa maneira que o Brasil iniciou sua vitória, com Diegão cravando no in-goal mexicano. A conversão de Tanque abriu 7 x 0 para os Tupis.

Cometendo erros excessivos no início da peleja, o Brasil permitiu que o México encostasse no placar, com rápida escapada de Samano pelo ponta. Antes de apoiar a bola no try, Samono sofreu o tackle de Ogum, mas o TMO validou o tento norte-americano, que não foi convertido, 7 x 5.

O Brasil se recompôs e atacou com a linha, com investida de Bruxinho. A jogada não teve seguimento, mas o Brasil insistiu e conseguiu outro grande momento, com scrum nas 22 e linda jogada na sequência de Tanque, que aplicou um dummy, abriu o espaço e fez o segundo try. 14 x 5. O Brasil se acomodou um pouco e o jogo ficou morno, com muitos erros de manuseio do lado brasileiro. Diegão quase fez o terceiro try após boa ação do pack, mas fez dois movimentos antes de apoiar a bola na meta. Instantes depois, o Brasil chegou novamente para fazer o try, no volante, mas a novamente o knock-on foi marcado.

A pressão que se intensificou foi premiada aos 17′, com try na corrida de Ogum, após chute ruim do México, que Tanque não perdoou armando para Ogum. 21 x 5. O Brasil voltou a ter inspiração e os avançados passaram a dominar por completo a partida, com Abud completando para mais um try. 26 x 5, sem a conversão. Antes do intervalo, Moisés fez grande jogada com Portugal, mas o try não saiu. Zé e Tcheus ainda armaram outra boa linha de passe, mas que não foi completada, fechando o placar em 26 x 5.

No intervalo, o técnico Scott Robertson comentou que o defeito brasileiro foi a finalização das jogadas, com muitos erros no manuseio. E esse defeito foi visto logo no início do segundo tempo, com Ogum derrubando o passe de Gregg. O Brasil pressionou no início, querendo amplicar logo o placar, e quase chegou a mais um try, com os avançados, se não fosse o penal ofensivo. Porém, não tardou a sair o primeiro try do segundo tempo, com Nativo cravando na meta após erro mexicano na recepção de chute. Aos 46′, 33 x 5.

O try de Nativo foi muito sentido pelas Serpentes, abrindo o caminho para os tries brasileiros. Aos 47′, Ige rompeu para o sexto try, ampliando para 40 x 5. Ogum, inspirado, arrancou pela ponta outra vez e o Brasil inverteu com muita qualidade a bola até a outra ponta. Na sequência, Portugal cometeu o knock-on ao sofrer o tackle, e saiu com uma lesão no ombro, sendo levado para o hospital. Lesão que poderá tirá-lo do Sul-Americano.

Aos 53′, o Brasil encontrou seu sétimo try. O scrum era mexicano no campo de defesa, mas o Brasil formou um verdadeiro rolo compressor, roubando a posse de bola para Croffi cravar no in-goal. 47 x 5. Os erros no manuseio, no entanto, persistiram. Primeiro, Leco armou para Moisés, mas a bola caiu. Depois, Zé correu pela ponta e deixou Ogum livre para o try, e novamente a bola foi antes ao solo.

Os erros não aconteceram quando o Brasil apostou no jogo de contato, e o oitavo try foi marcado aos 61′, com Chabal. Aos 63′, foi a vez da linha mostrar seu imenso potencial, com contra-ataque puxaodo por Grampola, que serviu Ogum em velocidade para o nono try, fulminante. O pontuador brasileiro, no entanto, se desentendeu com o defensor mexicano, deu um soco e recebeu cartão amarelo. O Brasil, no entanto, seguiu soberano, e Zé arrancou para o décimo try aos 72′. Na sequência, quem foi reduzido a 14 homens foi o México, por cartão amarelo para Hernandez, por desferir uma rasteira.

A superioridade numérica foi convertida em mais 2 tries, completando 12 tentos para o Brasil. O primeiro saiu com Gregg, aos 72′, recebendo de Leco, após scrum brasileiro. E o segundo já nos acréscimos, com um penal try arrancado novamente pelo scrum verde-e-amarelo, que empurrou o rival rubroverde até o in-goal, fechando o marcador em 76 x 5.

Agora o Brasil já pensa no próximo sábado, dia 27, quando a equipe enfrenta o Chile, em Temuco, pelo Sul-Americano, em jogo válido também pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2015. Os Tupis embarcam na quarta-feira para a cidade. E fique atento, pois o Portal do Rugby estará lá!

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Entrevistas


Ao Portal do Rugby, Daniel Gregg comentou: “Os amistosos foram ótimos para nivelar a equipe que estava até pouco tempo atrás jogando Sevens com o pessoal que teve a oportunidade de fazer a série de amistosos na Argentina. 

Moisés Duque disse: “Por se tratar de um nível um pouco inferior ao nosso, pudemos treinar bem as jogadas programadas nos treinos. Acho que o Brasil está pronto para enfrentar Chile, Uruguai e encarar maiores desafios. Vamos mostrar para o IRB que podemos alcançar uma posição melhor no ranking.”

 

O scrumhalf mexicano Bruno Rodriguez aprovou os amistosos: “O primeiro jogo contou com jogadores mais jovens do Brasil, e conseguimos ter mais oportunidades de jogar. Temos um grupo muito jovem, com média de idade de 22 anos e alguns jogadores que atuam no Sevens não conseguiram vir, mas foi muito proveitoso.”

O técnico Ruben Duque complementou: “Estamos criando as bases para o futuro do Rugby mexicano. O Tour foi importante não só dentro de campo, mas também fora dele, pois serviu para que os jogadores passassem mais tempo juntos e tivessem essa experiência de irmandade mesmo. É um grupo jovem, na faixa do 21, 22 anos, e ainda tem muito a evoluir. Os jogadores mexicanos já possuem boa técnica, defenderam bem, mas o físico é algo a evoluir, notoriamente. Não só para evitar lesões, mas também para enfrentar desafios maiores. Essa foi apenas a segunda experiência do tipo para a seleção. Eles enfrentaram a seleção do Sul dos Estados Unidos no começo do ano, e se juntaram um fim de semana antes do Tour.”

 

Mesmo com o placar elástico, o capitão brasileiro, Nativo, não ficou plenamente satisfeito. “Uma vitória é sempre bom, principalmente antes de um compromisso importante como o Sul-Americano. Apesar de ter sido um jogo aparentemente fácil cometemos alguns erros nas finalizações e isso, em uma partida decisiva não pode acontecer. Mas no geral fomos bem, colocamos em prática o que temos feito nos treinos”, comentou. 

“Para nós foi um jogo difícil e os brasileiros aproveitaram bem todas as oportunidades que tiveram. Nosso maior rival acabou sendo o psicológico. Porém os dois jogos foram bons porque não temos a chance de entrar em campo sempre e além disso, jogar contra equipes mais fortes nos fortalece. Somos um grupo jovem e com uma meta de longo prazo e estamos certos de que se continuarmos dessa forma chegaremos ao nosso objetivo”, analisou o capitão do México, Pascal Nadaud.

O presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) lembrou que pela primeira vez os jogadores brasileiros foram monitorados com um GPS, introduzindo a ciência esportiva no rugby. “A CBRu pediu autorização para o IRB (Federação Internacional de Rugby) e para a Federação Mexicana para utilizar essa tecnologia, que mede a quantidade de esforço que cada jogador tem durante a partida. Com os dados deste sábado teremos um raio-x completo de cada posição e de cada atleta, e com isso poderemos melhorar a preparação física de toda equipe de maneira mais eficaz. Na partida deste sábado o Brasil mostrou um sistema de jogo eficiente e o preparo físico fez a diferença”, explicou o dirigente.

Aadministração pública aprovou o evento. Luís Kolle conversou com Fábio Rubson, Diretor de Esportes da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Santo André. “Ficamos contentes e satisfeitos com o evento, e temos interesse em estender essa parceria com a entidade.” Ele foi ao gramado após o jogo para conferir seu estado e se disse surpreso, pois ouviram outras pessoas, inclusive ligados a clubes de futebol, falarem mal que “o rugby estraga gramados”. Conferiu in loco que isso não aconteceu. Ele completou: “O estádio fica ocioso com a temporada de futebol e seria interessante para o estádio contar com o rugby para utilizá-lo e mantê-lo cuidado. Na semana que vem, teremos o confronto entre Santo André e Goiás , pela Copa do Brasil. Comparecem cerca de 1500, 2000 pessoas. Segundo os dados da bilheteria, tivemos cerca de 3000 pagantes hoje.”

 

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Brasil 76 x 5 México, em Santo André

 

Brasil

Tries: Ogum (2), Diegão, Tanque, Abud, Nativo, Ige, Croffi, Chabal, Zé, Gregg e penal try

Conversões: Tanque (7)

1 Abud, 2 Nativo, 3 Jardel, 4 Croffi, 5 Bruxinho, 6 Ige, 7 Matias, 8 Diegão, 9 Tanque, 10 Gregg, 11 Zé, 12 Moisés, 13 Portugal, 14 Ogum, 15 Tcheus.

Suplentes: 16 Cocão, 17 Chabal, 18 Saulo, 18 Leo Frota, 19 Bellorio, 20 Torosso, 21 Leco, 22 Grampola.

 

México

Try: Samano

1 Hernandez, 2 Loredo, 3 Leitão, 4 Calderón, 5 Castillo, 6 Reyes, 7 Herrejón, 8 Flegmann, 9 Bruno Rodrigues, 10 Carner, 11 Bremer, 12 Nadaud, 13 Pagano, 14 Samano, 15 Susarrey.

Suplentes: 16 Prieto, 17 Rico, 20 José Alvarez, 21 Rosete, 22 Nico Alvarez, 23 Hugo Rodrigues, 24 Martinez

 

Árbitro: Joaquin Montes (Uruguai)