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Encerrando o super sábado de Six Nations, a França recebeu a Escócia e finalmente garantiu sua única vitória na competição, fazendo 23 x 16. No entanto, o resultado não serviu para livrar os Bleus da última colocação, enquanto a Escócia se garantiu no terceiro lugar. Pela primeira vez desde 1999 a França terminou com a famigerada colher-de-pau. Mas… a colher-de-pau não vai apenas para o time que fica em último lugar sem vencer? Não! Não vamos confundir: a colher-de-pau (Wooden Spoon, em inglês) vai sempre para o último colocado, independente da pontuação. Quando a equipe termina sem vitórias, o termo em inglês é Wooden Spoon Whitewash (bem limpa), a colher-de-pau clássico. Como esse não é um título oficial, a confusão entre os termos é sempre presente.
Para sair de cabeça erguida da competição, a França teve que se superar, e voltar a realizar um jogo mais coletivo e mais próximo de suas tradições ofensivas. A França começou bem a disputa, pressionando a Escócia por meio de chutes táticos em cima da linha. Porém, que abriu primeiro o placar foi o time visitante, com penal chutado por Laidlaw aos 8′.
A França buscou o jogo ofensivo e de passes, mas se abriu ao contra-ataque escocês. Aos 10′, Huget teve seu passe quase interceptado, mas Parra retomou a posse e desferiu belo chute pela ponta, mas a vantagem já era francesa com scrum favorável. Pouco depois, os Bleus tiveram nova chance, com lateral recuperado. Picamoles puxou o contra-ataque para Parra desferir um chute sobre Hogg no fundo. Na pressão, a pressão cometeu penal no ruck, desperdiçando nova chance.
Aos 14′, a indisciplina francesa cedeu novo penal para que Laidlaw convertesse, abrindo 6 x 0 para o Cardo. A França, no entanto, seguiu pressionando, e um chute longo sobre Hogg produziu um erro crasso do fullback escocês aos 21′, que cedeu scrum na boca do in-goal para os tricolores, que impuseram grande pressão com seus avançados. Aos 26′, a França voltou a ter nova chance aguda, com Fofana rompendo a linha após boa jogada com Parra, Michalak e Clerc. A pressão seguiu com um jogo de mãos apurado da parte francesa e, aos 29′, Clerc recebeu um chute de Michalak com um lindo voleio pela ponta, sem tocar a bola com as mãos, armando o contra-ataque para que Fofana arrancasse pelo meio. Mas, a defesa esoccesa se recompôs, segurando novamente os Bleus.
A Escócia melhorou no fim do primeiro tempo, e levou grande perigo aos 37′, com um contra-ataque inteligente armado por Max Evans, com um chute para o in-goal. Aos 38′, Hogg arriscou um drop goal para aumentar a conta escocesa, mas falhou. Em jogo de muitos erros dos dois lados, sobretudo nos laterais, os escoceses foram aointervalo em vantagem de 6 x 0.
O reinicio da partida foi tenso, com Michalak e Hogg trocando socos, em lance que a arbitragem deixou passar sem punição. Quem voltou melhor foi a França, que diminuiu aos 45′, com penal chuutado por Michalak. 6 x 3, enfim. Os tricolores renasceram, e se postaram melhores em campo, apostando no jogo de mãos. Aos 49′, os Bleus emplacaram uma boa pressão nas 22 esoccesa, fazendo a bola rodar de uma ponta a outra até conseguirem novo penal para Michalak empatar a peleja.
Melhor no jogo, a França seguiu pressionando a Escócia, que caiu de produção. Aos 53′, foi a vez do pack francês arrancar mais um penal para os Bleus, garantindo a virada para 9 x 6 pelos pés de Michalak. Porém, não tardou para que os escoceses reagissem e arrancassem seu penal aos 58′, para Laidlaw deixar tudo igual, 9 x 9.
Aos 62′, foi a vez do pilar francês Debaty brilhar. O jogador recebeu bola de Clerc pela ponta, rompeu a defesa escocesa, mas não fez o passe decisivo para Clerc correr para o try. No entanto, o tento já tinha amadurecido. Aos 65′, o XV de France puxou novo contra-ataque, Nyanga rompeu a defesa e serviu Bastareaud, que deixou para Fofana arrancar pela ponta e mergulhar para o primeiro try do jogo. Festa no Stade de France, 16 x 9.
Com o try, a França precisava de paenas mais 8 pontos para empurrar a Irlanda para a lanterna. E, aos 70′, mais um grande passo foi dado. Bastareaud quebrou novamente a defesa escocesa em bela ação, concluída em bela corrida de Machenaud, que garantiu o segundo try francês, ampliando a vantagem para 23 x 9.
Porém, quando faltava muito pouco para a França salvar sua honra, a Escócia resolveu jogar. Aos 72′, Hogg puxou contra-ataque e foi detido por Médard; mas, Visser ainda conseguiu reciclar a bola antes do knock-on privar os escoceses do try. O caminho do contra-ataque estava aberto ara o Cardo e, aos 73′, Matt Scott pegou novo buraco na defesa francesa e Tim Visser completou o contra-golpe com o try escocês, que afundou a França na última colocação, apesar da vitória. No fim, os Bleus pressionaram, mas o estrago já havia sido feito.
Vitória amarga dos franceses, 23 x 16, que serviu ao menos para recuperar um pouco do orgulho da equipe, que terá que se reciclar para encarar a Nova Zelândia nos amistosos de junho.
2316
França 23 x 16 Escócia, em Paris
França
Tries: Fofana (65), Médard (70)
Conversões: Michalak (66), Machenaud (71)
Penais: Michalak (44, 49, 53)
15 Yoann Huget, 14 Vincent Clerc, 13 Mathieu Bastareaud, 12 Wesley Fofana, 11 Maxime Médard, 10 Frédéric Michalak, 9 Morgan Parra, 8 Louis Picamoles, 7 Thierry Dusautoir, 6 Antonie Claassen, 5 Yoann Maestri, 4 Sebastien Vahaamahina, 3 Nicolas Mas, 2 Benjamin Kayser, 1 Thomas Domingo.
Suplentes: 16 Guilhem Guirado, 17 Vincent Debaty, 18 Luc Ducalcon, 19 Christophe Samson, 20 Yannick Nyanga, 21 Maxime Machenaud, 22 Francois Trinh-Duc, 23 Gael Fickou.
Técnico: Philippe Saint-André
Escócia
Try: Visser (75)
Conversão: Jackson (75)
Penais: Laidlaw (8, 14, 58)
15 Stuart Hogg, 14 Sean Maitland, 13 Sean Lamont, 12 Matt Scott, 11 Tim Visser, 10 Duncan Weir, 9 Greig Laidlaw, 8 Johnnie Beattie, 7 Kelly Brown (c), 6 Alasdair Strokosch, 5 Jim Hamilton, 4 Grant Gilchrist, 3 Euan Murray, 2 Ross Ford, 1 Ryan Grant.
Suplentes: 16 Dougie Hall, 17 Moray Low, 18 Geoff Cross, 19 Alastair Kellock, 20 Ryan Wilson, 21 Henry Pyrgos, 22 Ruaridh Jackson, 23 Max Evans.
Técnico: Scott Johnson