Tempo de leitura: 4 minutos

SUSAN CARTY CON TUCANES FEMENINO

No último final de semana, o Portal do Rugby conversou durante o Rio Sevens com a irlandesa Susan Carty, diretora de desenvolvimento do rugby feminino do IRB. Susan falou um pouco sobre a evolução do rugby feminino na América do Sul e sobre o plano de desenvolvimento estipulado pelo IRB.

 

- Continua depois da publicidade -

Portal do Rugby: No que consiste o plano de desenvolvimento do rugby feminino fomentado pelo IRB? E qual a sua relação com o Rio 2016

Susan Carty: O IRB estabeleceu um plano de desenvolvimento para o rugby feminino com vistas para 2016, baseado em três pontos-chave: competição, alta perfomance e participação. Queremos aumentar o número de competições e elevar o nível de jogo. Queremos encorajar as federações a trabalhar com o alto rendimento feminino para melhorar o nível das competições. E queremos fazer o jogo crescer, aumentar a participação de mulheres no esporte, que é a prioridade. Queremos ter cada vez mais mulheres e meninas jogando rugby em todos os níveis e idades. É uma grande oportunidade o retorno do rugby aos Jogos Olímpicos para o crescimento do rugby feminino, estamos empolgadas com isso. Queremos ter certeza que vamos maximizar as oportundiades para o crescimento do rugby feminino.

 

PdR: Quais são os planos do IRB para os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanjing (China), 2014?

SC: Os times serão escolhidos por ranking, será um primeiro passo. O importante é as federação perceberem que é necessário introduzir e fazer crescer o rugby entre as jovens. Já temos 112 países onde há rugby feminino, o que é excelente, o rugby feminino está crescendo. Temos que trabalhar agora para que tenhamos mais e mais jovens jogadoras.

 

PdR: Não há ainda um campeonato juvenil feminino na América do Sul. O que o IRB planeja nesse sentido?

SC: Uma de nossas prioridades é aumentar o número de competições femininas pelo mundo. Sobre o juvenil, é necessário antes ajudar das federações nacionais a estabelecerem o jogo domesticamente para depois pensar em competições de nível maior. Conversei com o Conselho Executivo da CONSUR e com representantes de federações e eles estão realmente comprometidos em fazer crescer o rugby feminino e, sobretudo, com a necessidade de se fazer crescer o rugby feminino juvenil.

 

PdR: O único continente que não contará com um representante na Copa do Mundo Feminina de Rugby XV é a América do Sul. Quais os planos para o rugby XV?

SC: Estamos muito felizes que o rugby de XV feminino esteja se desenvolvendo e tenha crescido nesse espaço de três anos globalmente. Queremos ter certeza que manteremos esse nível de desenvolvimento. A próxima Copa do Mundo de XV será na França em 2014, e para o futuro queremos contar com todas as regiões. O desenvolvimento do sevens feminino pode ajudar também, sobretudo a aumentar o nível de jogo. Mas será necessário desenvolver antes o rugby de XV dentro de cada país. Na América do Sul, já sabemos de trabalhos com o XV na Colômbia e na Venezuela e vamos trabalhar junto das federações locais para ajudar nesse crescimento.

 

PdR: E sobre o Rio Sevens? Do que você gostou dentro e fora de campo?

SC: Foi tudo fantástico. Realmente vi muito entusiasmo e comprometimento de todos. Dentro do campo, vi rugby de muito boa qualidade, e a evolução vem sendo impressionante, sobretudo chegando às semifinais.

 

PdR: Quanto ap potencial da Argentina, o que você espera? É um país tradicional no rugby, com estrutura, e tem agora o Santiago Gomez Cora como treinador.

SC: Tive o privilégio de visitar a Argentina antes de vir para cá, de conhecer a federação. De fato, eles têm grande tradição no rugby e o que vejo na UAR é muito comprometimento em desenvolver a seleção feminino, tanto que já colocaram a equipe dentro do departamento de alto rendimento. Antes de virem ao Rio, as seleções masculina e feminina estavam treinando juntas, e os homens estavam dando seu apoio ao time feminino. Eles têm o conhecimento e capacidade para desenvolver o rugby feminino por lá.

 

PdR: Qual a sua visão sobre o rugby feminino brasileiro?

SC: A história do rugby feminino brasileiro é sensacional. Fui a São Paulo três anos atrás e vejo muita evolução. A confederação está investindo na seleção e utilizando toda a sua expertise para preparar a equipe. O apoio do Comitêm Olímpico nacional também é impressionante. Estou muito empolgada em ver o crescimento da equipe aqui no Rio.

 

PdR: Por fim, sobre a Série Mundial de Sevens Feminina. O que você espera para o futuro do circuito?

SC: Essa é uma das mais importantes iniciativas do IRB para o rugby feminino. Estamos na primeira edição, e teremos ainda mais duas etapas pela frente, na China e na Holanda. O Brasil esteve em Dubai e Houston e a Argentina em Houston, o que é um reconhecimento do IRB pelo desenvolvimento do rugby feminino na região. Está havendo muito apoio e interesse pelos eventos. A China, sobretudo, é uma grande oportunidade para o esporte. O importante é criar competições sólidas e bem organizadas, de bom nível, para podermos crescer e fortalecer o rugby feminino. Iniciamos com 4 etapas, mas pretendemos aumentar o número de eventos, sem dúvida.