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O Portal do Rugby teve a oportunidade de estar presente na coletiva de imprensa do Rio Sevens 2013, que contou com a presença dos treinadores e capitães das seleções masculina e feminina de rugby Sevens do Brasil.
Durante a coletiva, pedimos que o capitão Fernando Portugal falasse um pouco sobre a pré-temporada dos Tupis nos torneios de Sevens pela américa do sul, avaliando os pontos positivos e negativos do Brasil e o que esperar dos adversarios, Portugal declarou:
“Nós fizemos dois torneios (um no Chile e um no Uruguai) agora em janeiro. Não ganhamos nenhuma vez deles mas nós fizemos bons jogos e eu fiquei muito satisfeito com o que conseguimos apresentar em grandes momentos do jogo; Tivemos um bom volume de jogo com a bola não mão, a gente conseguiu manter a posse de bola por bons períodos, fazer bons ataques, jogar com bastante personalidade. Faltou o pequeno detalhe para ganhar que custa caro (…)a gente tava com um time um pouco menos experiente, alguns jogadores não puderam vir, por trabalho ou por faculdade.(…) tivemos alguns desfalques nesses torneios e acho que essa foi a grande diferença.
A gente aprendeu nos últimos anos, participando de mais torneios, a competir, aprendeu a jogar jogos sabendo que existe a possibilidade de vitoria e de derrota. A gente entrou durante muito tempo com a sensação de que era quase que impossível ganhar dessas seleções e dos times que a gente enfrentava. Hoje a gente sabe que se jogarmos bem e encaixar nosso jogo, tiver bem entrosado, bem concentrado, a gente pode ganhar da melhor equipe do torneio, como a gente fez em Bento Gonçalves em 2011 contra a Argentina, como sabemos também que a gente pode perder da pior equipe da competição se a gente não tiver bem concentrado.
Desse grupo, a maior força é que a gente ta bem preparado fisicamente, com certeza absoluta poderíamos estar melhor preparados fisicamente; tecnicamente a gente poderia estar melhor, taticamente talvez a gente poderia ter feito mais jogos, jogado mais mas o grande valor desse grupo é o grupo. É o sentimento que a gente tem quando entra em campo ao lado um do outro, esse eu acho que é o nosso grande trunfo e é o que talvez, neste mundo profissional, não se encontre tanto.
A Argentina, por exemplo, troca muito o grupo, em cada partida que eles vão jogar é um grupo diferente pois eles tem muitos jogadores. Uruguai também tem bastante jogadores lá, o Chile talvez consiga manter mais a base. mas a gente tem, acho, um sentimento que nos coloca na frente deles, principalmente jogando em casa. Acho que esse é o nosso grande valor.
O que a gente precisa melhorar um pouco que acho que faltou nas competições que a gente não conseguiu ganhar, por exemplo contra o Uruguai em Punta del Este, a gente virou o jogo ganhando de 12 a 0 e acabamos perdendo de 24 a 12, o que faltou para aquele grupo (não é o mesmo grupo que está indo para o Sul-americano) era paciência, a gente precisa de muito equilíbrio emocional para conseguir ganhar, para saber ganhar, a gente sabe os caminhos da vitória mas precisa ter uma pacienciazinha, um equilíbrio emocional que você ganha vivendo essas situações, eu acho que é isso
Falando um pouco das outras equipes, são todas equipes boas, fortes tanto Chile quanto Uruguai, o Chile ganhou as duas partidas contra o Uruguai lá (em Viña del Mar), portanto chegam para esse Sul-americano bem motivados, o Uruguai ano passado foi campeão, pela 1ª vez no Sul-americano bateu a Argentina aqui no Rio de Janeiro, então estão todos bem preparados, o que vai fazer a diferença mesmo é quem estiver disposto a dar mais lá (no Rio Sevens) e eu acho que o grupo do Brasil e o entrosamento que a gente tem vai fazer diferença.”
Sobre a equipe feminina, o treinador Youssef Driss declarou: “Temos um grupo de qualidade e as meninas estão determinadas, pois sabem que no sevens não existe favoritismo. Para ganhar precisam estar bem em campo”
Perguntada sobre a experiencia da seleção feminina na Série Mundial e a bagagem que a equipe trás para esse sul-americano, a capitã Julia Sardá delcarou:
“Os torneios internacionais acredito que fortalecem muito o grupo porque a gente já começa em um cenário adverso pela bagagem que os outros times trazem, mas essa seleção luta até o final, não importa o placar a gente vai até o final, se tiver que buscar a menina dentro do ingoal a gente vai, mesmo sabendo que ela vai marcar o try a gente vai chegar até lá com ela.
E a força mental do grupo fez muita diferença em Houston, a gente perdeu os três jogos do primeiro dia eu vi uma menina achando que a gente não ia jogar bem no 2º dia, o grupo estava totalmente tranquilo no 2º dia e pronto para mostrar o rugby do Brasil, é isso que a gente trás, quando a gente está tranquila e confiante, é muito difícil bater o Brasil.
E é isso que a gente vai tentar trazer aqui para o sul-americano: confiança, quando a gente alinha, o juiz vai apitar, eu tenho certeza que aquelas meninas trabalharam tão duro quanto eu, que acordaram de madrugada para treinar, que quase vomitaram nos treinos físicos, que muitas vezes tiveram que ter um treino físico adaptado, eu por exemplo preciso ter um treino adaptado porque a pracinha que eu treino não tem os 70 metros que eu preciso para dar o meu pique, então o preparador físico tem que mudar, tem que fazer diferente, mas eu sei que elas se doaram tanto quanto eu e quando o juiz apita, a gente vai dar tudo para representar da melhor forma o Brasil.”