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Sim. Atletas podem trocar de seleção no rugby. Mas, como?
De acordo a Regulação 8 do World Rugby, um atleta pode trocar de seleção apenas seguindo o seguinte caminho:
- Estar 3 anos sem jogar por sua seleção anterior;
- Participar de um torneio olímpico pro sua nova seleção;
- A troca só pode ocorrer uma vez ao longo da carreira;
Isto é, a troca de seleção necessariamente precisa ocorrer primeiro em um torneio chancelado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), isto é, os Jogos Olímpicos ou um torneio Pré Olímpico (valendo classificação aos Jogos Olímpicos). A troca só é permitida justamente pela existência de uma brecha causada pelas regras do COI.
A regra vale por atletas elegíveis por critérios de nascimento ou família. No caso de atletas que queiram trocar de seleção usando o critério de residência, ainda são necessários 5 anos morando no novo país.
Uma vez que o/a atleta disputou um torneio olímpico por um novo país, ele ou ela poderá disputar qualquer jogo (de XV ou 7s) pelo novo país.
Quem pretende aproveitar essa brecha é Charles Piutau. Ponta e fullback de 29 anos, do Bristol Bears, Piutau tem no currículo 17 jogos pelos All Blacks. O último, no entanto, foi em 2015. O atleta (nascido na Nova Zelândia) tem família de Tonga e pretende defender Tonga no Torneio Pré Olímpico Mundial, que ocorrerá em Mônaco, em junho deste ano. Depois, Piutau estará apto a defender Tonga em qualquer categoria, inclusive no XV (e não poderá voltar a jogar pela Nova Zelândia).
Piutau talvez não seja o único que aproveitará o Pré Olímpico para isso. Outro nome cotado para fazer a transição para Tonga é Malakai Fekitoa, também ex All Blacks.
Cooper Vuna (ex Austrália e hoje Tonga) e Tim Nanai-Williams (ex Nova Zelândia e hoje Samoa) são nomes que já aproveitaram a brecha olímpica criada a partir do Pré Olímpico para o Rio 2016.