Foto: Wilo Valencia/FECORUGBY

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O ano de 2020 foi sofrido para todo o mundo. O rugby foi impactado por mudanças e adiamentos que deixaram marcas. Porém, muito rugby rolou nos gramados pelo mundo, inclusive envolvendo as seleções brasileiras. Não parece, mas foi um ano de ação! Atípico, sim, mas com momentos positivos para o rugby.

Top 10 para você!

 

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10 – Finalmente o sevens ganhou uma segunda divisão de verdade

Começamos o Top 10 com o seven-a-side. O ano era pra ser olímpico, mas não foi. Ainda assim, o sevens mundial teve um fato para celebrar: o nascimento do World Rugby Sevens Challenger, a segunda divisão mundial. Em fevereiro, antes da quarentena, houve tempo para dois torneios masculinos serem jogados, no Chile e no Uruguai, com o Brasil em campo. Os Tupis não foram destaque, ficando na lanterna dos dois torneios, mas o fato do pontapé inicial ter sido dado com 16 seleções de todos os continentes já foi muito positivo. A Alemanha foi campeã em Viña del Mar e o Japão em Montevidéu.

 

9 – Geórgia e Fiji rompem a barreira do “cartel”… ao menos por um mês

Outro fato importante para os países emergentes do rugby foi a inclusão de Fiji e Geórgia na Autumn Nations Cup. Não é exagerado dizer que as potências gerem o rugby quase como um “cartel”, negando espaço para os países emergentes do continente. Porém, a Geórgia sentiu o gosto de estar entre os grandes, ao passo que Fiji também teria sentido, se não fosse surto de COVID-19 em seu elenco nas primeiras rodadas. De todo modo, a Nations Cup pode ter sido o embrião de uma verdadeira Liga Mundial. Quem sabe? Sua organização em 2020 poderá ser um marco no futuro.

 

8 – Renascimento do Western Force

Um dos fatos positivos em meio às tragédias do ano foi, na verdade, reflexo de uma delas. Com o Super Rugby colapsando (fato negativo), o Western Force renasceu (fato positivo). Equipe de Perth, quarta maior cidade da Austrália, o Force havia sido excluído do Super Rugby em 2017 e, desde então, vivia subsistindo tentando criar uma liga na Ásia-Pacífico. O advento do Super Rugby AU em 2021 levou ao resgate do Force, que voltou aos holofotes. O time pode não ter vencido ninguém neste ano, mas voltou à elite da Oceania.

 

7 – Exeter Chiefs foi coroado o rei da Europa

Na Europa, o retorno do rugby foi marcado pela apoteose do Exeter Chiefs. O brilhante conjunto do técnico Rob Baxter se sagrou campeão da Premiership e também, pela primeira vez em sua história, da Heineken Champions Cup, a Copa Europa, numa final de alto nível contra o Racing, da França. Foi uma afirmação incontestável de quem é o melhor time do momento da Europa, mesmo não tendo muitos atletas convocados para a seleção inglesa.

 

6 – Super Rugby Aotearoa brindou o fã de rugby

A Nova Zelândia foi o primeiro país a controlar a pandemia e, com isso, o primeiro a ter a volta do rugby. E foi espetacular, com o Super Rugby Aotearoa mostrando rugby da melhor qualidade. O título ficou com o Crusaders, o que desapontou quem queria ver uma mudança de campeão. Mas o time do técnico Scott Robertson foi brilhante e não foi alcançado pelo renascido Blues, de Beauden Barrett. Com Hurricanes e Highlanders também em boa fase, a Nova Zelândia mostrou o melhor que o rugby pode oferecer a seus fãs no mundo.

 

5 – A rivalidade entre Inglaterra e França ganhou novo capítulo

Por falar em Europa, 2020 foi o ano que Le Crunch voltou a ser o jogo mais quente da Europa. França e Inglaterra fizeram dois jogaços e se colocaram como indiscutíveis pretendentes ao topo do mundo. A Inglaterra, do técnico Eddie Jones, ficou com os dois títulos do ano, o Six Nations e a Autumn Nations Cup, mas não teve vantagem real no confronto direto. Pelo Six Nations, a vitória foi da França num espetacular 24 x 17, em fevereiro, antes da pandemia. Depois, na grande final da Nations Cup, mesmo com um time experimental (quase um M23), a França simplesmente empatou com os ingleses no tempo normal, sendo derrotada apenas na prorrogação: 22 x 19.

 

4 – Los Pumas tiveram a vitória do ano

A Argentina foi do céu ao inferno em 2020. A crise iniciada com a morte de Maradona e agravada por um debate acerca de racismo e elitismo foi antecedida por uma das maiores vitórias da história do rugby do país – talvez a maior. Jogando na Austrália, os Pumas venceram pela primeira vez em sua existência os All Blacks. Um 25 x 15 inesquecível, com 25 pontos do ídolo Nico Sánchez. Momento imenso, mesmo que depois ofuscado pela crise.

 

3 – Tupis conquistaram sua maior vitória no sevens

O Top 3 é brasileiro, já que somos brasileiros. Após um derrotas para Uruguai, Chile, Argentina e Portugal no Rugby XV, os Tupis deram a volta por cima no sevens, com o vice campeonato do Sul-Americano. O que realmente marcou a campanha foi a histórica vitória por 19 x 10 sobre o time principal de sevens dos Pumas. Primeira vitória do Brasil sobre a Argentina no sevens masculino desde 2011 e a primeira contra o time argentino que joga o Circuito Mundial de Sevens. História escrita.

 

2 – O Brasil no mapa do XV feminino mundial

Em primeiro lugar na nossa lista está outro momento histórico para o rugby brasileiro. Há anos defendemos que estava mais do que na hora da Seleção Brasileira voltar ao XV feminino. Em 2019, esse momento ocorreu com amistoso contra a Colômbia. Porém, o momento mais importante ocorreu em março de 2020, quando pela primeira vez na história as Yaras jogaram as Eliminatórias para a Copa do Mundo da categoria. Foi um jogo só: derrota na Colômbia para as donas da casa, mais experientes no XV, por 23 x 19. O jogo foi pouco antes da quarentena global começar.

O que importa mesmo é que finalmente o XV feminino do Brasil fez parte do ciclo da Copa do Mundo. Mais ainda: foi a primeira vez que houve Eliminatórias para a Copa do Mundo na América do Sul. Agora, resta saber se o XV feminino desabrochará também nos clubes brasileiros nos próximos anos.

 

1 – Yaras se despediram de uma lenda

Por fim, ser campeão sul-americano feminino de sevens é rotina para o Brasil. Jogando no Uruguai, as Yaras mantiveram a invencibilidade história e conquistaram o 18º título em 18 participações na competição. Porém, neste ano, o título foi especial, pois marcou a despedida de Beatriz “Baby” Futuro, a última remanescente da primeira seleção brasileira feminina (a de 2004). Um capítulo lindo da história do rugby brasileiro foi fechado, para novos se abrirem.