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O Six Nations 2020 finalmente terminou e três jogadores destacaram-se acima de todos os outros, todos eles 3/4’s… do extraordinário abertura dos Les Bleus, passando pelo verdadeiro Rei da Escócia e terminando no novo centurião do rugby inglês, estes são os nossos escolhidos da 5ª jornada da competição de seleções mais antiga do Mundo.
Stuart Hogg (Escócia)
Imperial nos ares, melhor ainda na colocação da oval através de chutes e um claro influenciador da forma como a Escócia avança no terreno, Stuart Hogg fechou a sua participação nas Seis Nações 2020 da melhor forma, seja pela vitória final como pelo chute de penalidade convertido que selou a conquista em terreno galês. O nº15 dos Exeter Chiefs aguentou a pressão dos pontapés imposta quer por Dan Biggar ou Leigh Halfpenny, sendo capaz de procurar boas soluções para conferir uma estabilidade mental e tática aos jogadores de Gregor Townsend, onde a voz de comando confiante deu outra dimensão à Escócia sobretudo nos últimos 15 minutos do duelo.
Se formos aos dados estatísticos, Hogg foi o jogador com mais metros conquistados (cerca de 79), mais quebras de linha (2), defesas batidos (4), o que prova a sua importância não só no papel de chutador mas também de manobrador e penetrador com a oval em seu poder. O físico imponente, a inteligência agressiva de fazer valer o seu jogo ao pé e a volatilidade para alterar a velocidade do ataque de Stuart Hogg foram essenciais para que a Escócia voltasse a obter uma vitória como visitante no País de Gales.
Continua a melhorar de ano para ano e a mudança para Dover parece ter permitido ao Stuart Hogg supremo regressar em força e com um fecho brilhante nestas Seis Nações 2020.
Stuart Hogg penalty ✅
A famous win in Wales ✅The final moments at Parc y Scarlets… pic.twitter.com/krMVzR8JWH
— Scottish Rugby (@Scotlandteam) October 31, 2020
Ben Youngs (Inglaterra)
100 jogos pela Rosa e nada melhor do que dois tries para ajudar a Inglaterra a chegar ao título de campeões das Seis Nações, ficando positivamente ligado à conquista deste troféu. Ben Youns foi, sem margem para dúvida, o melhor jogador dos 3/4’s ingleses, tendo evocado um passe sempre assertivo e eficiente na procura de dar outra velocidade e criatividade às linhas atrasadas da sua equipa, mas que nunca foi correspondido da maneira correta, especialmente por Owen Farrell e George Furbank.
O agora centurião da Inglaterra foi também essencial no controle das saídas da Itália a partir do scrum ou nos mauls, comunicando claramente ordens e comandos aos seus colegas, o que ajudou a diluir as ações mais arriscadas do elenco italiano. Não falhou tackles, participou ativamente na criação de situações de ataque como mostram as duas quebras de linha e quatro passes de assistência para penetrações dos seus colegas de seleção, terminando como a unidade com maior distância percorrida com a oval, dados essenciais para perceber o quão importante ainda é para a manobra da Rosa de Eddie Jones.
Foi a segunda vez que Ben Youngs recebeu a distinção de melhor da Inglaterra nestas Seis Nações 2020 para o Fair Play, sendo um dos poucos – a par de Gregóry Aldritt por exemplo – a ter conseguido esse feito.
✅ 💯 caps
✅ 2️⃣ tries
✅ @SixNationsRugby trophyNot a bad weekend @benyoungs09 💪 pic.twitter.com/b1uyH2NCcJ
— England Rugby (@EnglandRugby) November 1, 2020
Romai Ntamack (França)
Um maestro genial e que começa a assustar os seus adversários, Romain Ntamack deslumbrou na vitória dos Les Bleus na recepção à Irlanda com 18 pontos dos 35 a serem da sua autoria, coroando a exibição com uma lista longa de rasgos e detalhes geniais que desmanchou a estratégia de Andy Farrell para parar com a imprevisibilidade e fantasia da França. A jogada que levou ao try de Virimi Vakatawa foi e é um claro exemplo de tudo aquilo que é capaz de fazer em poucos segundos: velocidade alta de movimentos, pontapé sempre bem medido e construído, sprint explosivo, percepção do espaço e técnica de passe de fina qualidade.
A gama de qualidades, que vão desde os skills de handling ao jogo ao pé ou a qualidade física, tem sido uma das chaves para este crescimento auspicioso e promissor da França, com Romain Ntamack a ter terminado como o melhor marcador de pontos (57) naquela que é só a sua segunda participação nas Seis Nações, isto quando completou 21 anos de idade.
As dificuldades da Irlanda para parar o fluxo ofensivo vindo de Romain Ntamack é uma clara demonstração do impacto do abertura no esquema de jogo de Fabien Galthié e terminou a participação nas Seis Nações 2020 da melhor forma possível… try, assistência, duas quebras de linha e 40 metros conquistados e 85% de eficácia na conversão dos chutes.