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ARTIGO OPINATIVO – Muito se fala no momento sobre o futuro do calendário do rugby mundial masculino, com o World Rugby publicando sobre como será a sequência de 2020 para as seleções nacionais. No entanto, o calendário mais afetado pela pandemia é o do XV feminino.
A Copa do Mundo de 2021, que está marcada para ser jogada em setembro na Nova Zelândia, já sofre o impacto da incerteza do adiamento dos jogos das Eliminatórias, que seriam em 2020. Vamos entender.
Ao todo, 12 seleções participarão do Mundial do XV feminino, com 9 vagas já definidas: Nova Zelândia, Austrália, Fiji, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Gales e África do Sul já estão garantidas.
Duas vagas deveriam ter sido conhecidas em julho de 2021:
- A vaga da Ásia, a ser disputada entre Japão, Hong Kong e Cazaquistão;
- E uma vaga da Europa, a ser disputada entre Irlanda, Escócia, Itália, Espanha, Holanda e Rússia;
A última vaga seria disputada em novembro numa repescagem mundial entre 1 time europeu, 1 asiático, 1 da Oceania (Tonga ou Samoa) e 1 de África/América do Sul (Quênia ou Colômbia). Isto é, para que seja possível a realização da Repescagem, nos moldes planejados, é preciso antes que se encerrem as eliminatórias na Ásia e Europa, bem como as repescagens Samoa-Tonga e Quênia-Colômbia, que também não foram ainda jogadas.
A incerteza sobre as viagens trans continentais coloca em sério risco a sequência das Eliminatórias e a própria Copa do Mundo no próximo ano. Se a Repescagem Mundial tiver que ocorrer apenas no início de 2021, certamente traria problemas à preparação da última classificada, sobretudo porque o XV feminino ainda conta com atletas que não são profissionais.
Muito se falou que ter os Jogos Olímpicos no fim de julho poderia causar problemas para a Copa do Mundo, mas as atletas que jogarem a Olimpíada terão mais de um mês (agosto inteiro) para a transição do sevens para o XV. O maior problema no momento é mesmo a conclusão das Eliminatórias. E até o momento pouco (ou nada) se comenta sobre o assunto, o que mostra o óbvio: o mundo do rugby ainda não deposita a devida atenção à competição.