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No primeiro jogo na história da seleção brasileira de XV no Rio Grande do Sul, diante de cerca de 3 mil torcedores em Bento Gonçalves, os Tupis não foram páreo para os Teros uruguaios, que colocaram em campo um time muito modificado com relação àquele que deu trabalhos para os Estados Unidos, com apenas 11 dos 23 que enfrentaram os norte-americanos, e prevaleceram por 34 x 9. O Uruguai dominou por completo o jogo de contato e, mesmo sem uma grande exibição, venceu com contundência um Brasil também muito alterado, com apenas 4 dos 15 titulares que venceram o Chile em Barueri.
A partida da segunda rodada do Sul-Americano se iniciou com pressão uruguaia no pack. Os Teros rapidamente testaram a capacidade brasileira no jogo de contato e encontraram o caminho dos pontos. Logo a 5′, Abud levou cartão amarelo e os uruguaios anotaram um penal try demolindo o scrum brasileiro. Cartão de visitas doloroso.
Mesmo com um a menos, o Brasil não tardou a reduzir o marcador com penal bem chutado por Leco. Mas, sem conseguir manter a posse da bola, os Tupis voltaram a ser atropelados pelo pack uruguaio, que fez seu segundo try no maul completado por Lamanna. Durán converteu novamente o tento, abrindo 14 x 3. O Brasil sentiu o golpe e o Uruguai voltou a atacar com confiança, arrancando novo penal. Ao invés de chutar a gol, os Teros apostaram na saída de bola e trocaram passes até a ponta para Lamanna fazer com facilidade o terceiro try, 19 x 3, dessa vez não convertido.
Antes do intervalo, o Brasil ainda conseguiu uma boa jogada de mãos, mas parou na forte defesa uruguaia. Sanguinetti recebeu cartão amarelo e deixou os Teros com um a menos, permitindo a Leco reduzir a diferença com novo penal, 19 x 6. Os Tupis tiveram uma chance com novo penal, mas optaram pelo lateral e a defesa uruguaia prevaleceu.
O Brasil começou renovado no segundo tempo, com quatro alterações entre os avançados. As mudanças surtiram efeito, os Tupis cresceram e Leco teve duas novas chances com penal, errando uma e acertando a segunda. Quando o Uruguai voltou a ter um penal, optou pelo lateral e, na sequência, foi atropelado pelo scrum brasileiro, o que deu ânimo aos Tupis, que passaram a acreditar na vitória. Contudo, a reação foi interrompida com cartão amarelo de Jardel, que ainda cedeu um penal para os uruguaios. Prada, que assumiu os chutes, perdeu sua primeira oportunidade, mas os Teros não tardariam a ter nova chance e Prada, dessa vez, não titubeou e ampliou a vantagem para 22 x 9.
Com mais tranquilidade, os “orientais” voltaram a apostar na velha fórmula dos mauls e foram felizes. Echeverria anotou o quarto try uruguaio completando o devastador volante, e Puig no fim ainda anotou o quinto tento, fechando o marcador em 34 x 9. Com a vitória, o Uruguai ultrapassa 50 anos sem perder para o Brasil e põe a mão no título da primeira fase do campeonato.
Ainda pela segunda rodada, o Chile sofreu, mas venceu o Paraguai por 22 x 18, em Concepción (Chile). No próximo sábado, os Teros recebem na cidade de Salto os Cóndores chilenos, enquanto o Brasil pega o Paraguai em Assunção, em jogo muito perigoso para os Tupis.
Vale lembrar que Uruguai e Chile já estão garantidos na segunda fase, a chamada Copa Consur, para enfrentarem a Argentina. De acordo com o regulamento, os dois primeiros entre Uruguai, Chile, Brasil e Paraguai em 2013 ganharam o direito de enfrentar a Argentina em 2014. A briga do Brasil é terminar entre os dois primeiros de 2014 para jogar com a Argentina na Copa Consur de 2015.
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Entrevistas
Por Stéphany Bof
Guilherme Coghetto – Brasil
Jardel Vetoratto – Brasil
Diego Magno – Uruguai
Campeonato Sul-Americano de XV
2ª rodada – Dia 3 de maio
0934
Brasil 09 x 34 Uruguai, em Bento Gonçalves
Árbitro: Felipe Balbontin (Chile)
Brasil
Penais: Leco (3)
15 Guilherme Coghetto (Farrapos), 14 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 13 João Neto “Torosso” (SPAC), 12 Pedro Lopes (São José), 11 André Nascimento “Boy” (SPAC), 10 Leandro Castiglione “Leco” (SPAC), 9 Bruno Garcia (São José), 8 Julio Mendonça “Cocasso” (SPAC), 7 Matheus Daniel “Matias” (Jacareí) – capitão, 6 Diego Lopez (Pasteur), 5 Diego Pietrobon “Banana” (Charrua), 4 Luiz Vieira “Monstro” (Grenoble, França), 3 Lucas Abud (SPAC), 2 Nelson Oliveira (São José), 1 Moisés Cavalleri “Monte” (Farrapos).
Suplentes: Daniel Denielewicz “Nativo” (Desterro), 17 Jardel Vettorato (Brummers), 18 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 19 Jonatas Paulo “Chabal” (Band Saracens), 20 Pedro di Pilla (Pasteur), 21 Alexandre Browne “Sandy” (São José), 22 Martin Schaefer (SPAC), 23 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro).
Treinador: Brent Frew
Uruguai
Tries: Lamanna (2), penal try, Echeverria e Puig
Conversões: Durán (2), Prada (1)
Penais: Prada (1)
15 Gastón Mieres, 14 Gastón Gibernau, 13 Joaquin Prada, 12 Juan de Freitas, 11 Santiago Gibernau, 10 Rodrigo Silva, 9 Alejo Durán, 8 Alejandro Nieto, 7 Diego Magno – capitão, 6 Franco Lamanna, 5 Mathías Palomeque, 4 Cristofer Soares De Lima, 3 Francisco Jiménez, 2 Carlos Arboleya, 1 Mateo Sanguinetti.
Suplentes: 16 Rodolfo De Mula, 17 Nicolás Klappenbach, 18 Juan Echeverría, 19 Mathías Beer, 20 Gabriel Puig, 21 Nicolás Freitas, 22 Matías Arocena, 23 Pedro Deal
Treinador: Pablo Lemoine
1- Sanguinetti, 2- Arboleya, 3- Jiménez, 4- Soares De Lima, 5- Palomeque, 6- Lamanna, 7- Magno (Capitán), 8- Nieto, 9- Durán, 10- Silva, 11- S. Gibernau, 12- De Freitas, 13- Prada, 14- G. Gibernau, 15- Mieres.