Tempo de leitura: 5 minutos
Neste sábado, a cidade de São José dos Campos recebeu a disputa final do Campeonato Paulista de Rugby, entre o time da casa, o São José, e o Pasteur, atual campeão e que disputavam o título. Em uma final emocionante, os joseenses se sagraram campeões pela nona vez. Foi uma grande festa do Rugby, disputada no estádio Martins Pereira, o que deu maior brilho à partida. Além da disputa principal, ocorreram partidas preliminares de jogos M14 e M16, esta última válida pelo campeonato da categoria.
A partida do adulto marcada para as 18h obedeceu o horário, tendo direito ao Hino Nacional, transmissão por rádio e placar eletrônico. Há tempos não víamos um jogo em casa tão lotado, não só por torcedores joseenses, mas também de Jacareí e principalmente da capital. Os gritos de apoio às equipes ecoavam pela redondeza. O tempo estava frio, mas o calor da torcida e da partida deixara tudo de lado. Ao fim do hino, o prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida deu o pontapé inicial, permitindo o embate que todos esperavam.
A equipe da capital começou chutando e não esperou para se defender, partiram para impedir o avanço joseense. Cometendo erros após ruck, os caipiras perderam a posse depois de passes ruins, e o Pasteur não tardou em abrir o placar em menos de um minuto com try do oitavo Junior Orioli na ponta, que não foi convertido. Um baque para a torcida caipira, que não estava acostumada a ver sua equipe levar um try logo no início das partidas, mas não ausentaram-se em continuar cantando e apoiando o elenco.
Após o reinício, o jogo começou a ficar mais quente. O São José tentou partir para o ataque mas a tentativa foi abafada com chute do PAC. Os atletas do Pasteur aparentaram estar mais envolvidos na partida, respondendo as instruções e dando apoio aos companheiros, enquanto os caipiras estavam um pouco distantes, cometendo erros defensivos. Couberam aos treinadores do time da casa em identificar as falhas e consertá-las, optando por substituições ainda que precoces. De fato, o perfil melhorara. A equipe da casa começou a se erguer, criando chances de ataque e melhorando a postura defensiva, e desperdiçaram um penal.
No reinício, os Galos partiram pra cima, furando a defesa joseense com o abertura, seguindo com três fases até alcançar o ingoal com Alex Terras, também não convertido. Em seguida, a oportunidade de diminuir com penal foi aproveitada pelos caipiras. Depois, quase um try do São José, quando Caio Costa passou por um atleta do Pasteur, mas acabou agarrado pelo francês Yoann, após tentar um chapéu, mas quem levou a pior foi o jogador do Pasteur, que teve que ser levado para o hospital de ambulância.
Com a entrada de Erick Cogliandro no lugar de Rafa Dawailibi, a linha joseense ganhou em velocidade e conseguiram chegar ao empate, com um try na ponta de Moisés Duque, convertido por Rafael “Grilo”, maior pontuador do Paulista 2013. No intervalo, as equipes sairam de campo, dando lugar às cheerleaders, apresentando uma série de coreografias à estilo dos jogos americanos, animando a torcida.
A segunda etapa começou tudo igual com São José chutando. A equipe da capital aproveitou a recepção e chutou para ganhar terreno. Nos lineouts, permaneciam imbatíveis, e depois de receber um chute, mantiveram a posse e ligaram a linha para atacar. A bola chegou até o segundo centro, guardando mais um try, com Marcos Correa, não convertido.
A situação era a mesma do primeiro tempo, a diferença é que apesar da falha defensiva, o São José tratou de responder com mais um penal de Rafael Morales. Os caipiras continuaram buscando try pelas pontas, com muito empenho de Fernando Martins, mas quem marcou foi Erick “Putim”, levantando a torcida. Com jogo extremamente disputado e de certa forma nervoso visto o resultado, o árbitro Marcelo continuou interrompendo e dando instruções ao invés de simplesmente utilizar o sin-bin, até que o jogador do Pasteur Olyntho Dantas do Pasteur, foi punido com o cartão amarelo.
Mesmo com a vantagem numérica, o São José optou pelo jogo de backs ao invés de tentar os forwards já que Olyntho estava de fora. O jogo ficou mais tranquilo no sentido de que a equipe da capital estava mais cuidadosa com as punições, mas os penais continuaram. Grilo novamente voltou a pontuar por meio de penal. Olyntho voltou para o jogo, e ainda dava tempo de buscar o placar. O Pasteur tentou diminuir, mas não conseguiram guardar o tento. Com o término, a equipe do São José se consagrou campeão pela nona vez, em um jogo muito emocionante para ambas as torcidas.
o capitão Léo Frota, comentou o título do São José: “O Pasteur foi um grande adversário e valorizou demais nossa vitória! Nós acabamos levando dois tries no começo de jogo e tivemos que correr atrás. O time mostrou muita maturidade, calma e personalidade. Foi um jogo muito duro e que exigiu muito comprometimento tático da equipe. Os jogadores estão de parabéns por terem respeitado o sistema e os líderes do time. Apesar de termos ficado uma boa parte do jogo atrás no placar, tinhamos a certeza que iriamos reverter e conseguir a vitoria. Foi um dia lindo de rugby e o título foi a “cereja do bolo” na nossa festa!”
Na premiação, Junior Orioli fez um gesto muito bonito, levantando a taça com alegria, auxiliado por Tata, o 16o jogador do Pasteur, portador da Síndrome de Down. Esse é o espírito do rugby, inclusão social. O Prefeito Carlinhos Almeida fez a entrega da taça à equipe do São José Rugby.
O Portal do Rugby elegeu Junior Orioli pela sua atitude ao longo de todo o jogo e no término da partida, além de Erick Cogliandro, que mudou o jogo depois que entrou na partida
Placar Final: São José 23 x 15 Pasteur
São José
Tries: Moises Duque, Erick Cogliandro
Conversão: Rafael Morales (2)
Penal: Rafael Morales (3)
Pasteur
Tries: Junior Orioli, Alex Terras, Marcos Correa
Cartão amarelo: Olyntho Dantas
Cidade: São José dos Campos/SP
Local: Estádio Municipal Martins Pereira
Árbitro:Marcelo Toscano
Auxiliares: Eduardo Fujita e Victor Hugo Barbosa
4º árbitro: Edna Santini
Artigo por Júlio Cesar Oliveira
Foto por Emily Souza