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O Curitiba venceu o Maringá, pela terceira rodada do campeonato estadual e assumiu a liderança do Paranaense, com um jogo a menos em relação ao adversário. Foi uma vitória tranquila e um placar impensável, apesar do histórico vitorioso dos Touros contra adversários da região. No entanto, o que marcou a partida foi a grande história de superação dos jogadores do Maringá para jogar a partida, superando obstáculos que incluem a própria direção do time. Confiram o relato de Murilo Jordão.

“O dia em que o amor ao esporte falou mais alto

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Esse sábado, 20/04/2013, o time de rugby de Maringá foi ao seu maior desafio do ano: jogar em Curitiba com o atual campeão paranaense e um dos melhores times do Brasil, Curitiba Rugby Clube. Com cerca de 10 baixas, o objetivo do time tornou-se apenas jogar por amor, com garra, determinação e coragem, para honrar o nome de nosso time e o time do time da capital, não esquecendo daqueles irmãos de time que não puderam ir por suspensão ou contusão.

Sem qualquer tipo de apoio interno (direção do clube) e externo (patrocinadores, fazendo uma ressalva ao pai de nosso irmão Gregory, que sempre nos dá uma ajuda), 13 valentes jogadores foram, espremidos em uma van, a Curitiba pagando com o dinheiro sofrido do próprio bolso. 

Depois de uma cansativa viagem de cerca de seis horas o time chegou à cidade com disposição e ânimo de sobra. Fomos ao complexo esportivo, nos trocamos e entramos em campo. Sem ao menos uma pessoa pra ajudar fora de campo, para nos levar água e o tee por exemplo (obrigado ao Curitiba por ter nos ajudado com essas coisas), o jogo iniciou-se, nós com treze jogadores, contra um times mais bem ranqueados do Brasil. A  força de vontade deixou todos os problemas internos e externos fora de campo. Com determinação em não fazer feio e honrar o nome do time, os treze guerreiros não paravam de correr um minuto. Sabendo que já estávamos desfalcados, a cada lesão, a cada torção, a cada escoriação parecia nos dar um ânimo novo, pois ao invés de querermos desistir, os machucados davam uma nova injeção de ânimo ao time.

A cada try tomado era uma facada no coração por nos sentirmos fracos por não ter corrido mais, não ter tackleado melhor, ou não ter feito a defesa funcionar bem. Mas não nos dávamos por vencido. Ao final do primeiro tempo o cansaço era apenas físico, nossa mente estava mais do que focada e não deixava mandar em nosso corpo cansado. Faltando cerca de cinco minutos para o jogo recomeçar eis que surge a maior injeção de ânimo de todas, e a maior demonstração de amor ao esporte já visto pela minha pessoa. Dois dos atletas que não puderam ir viajar por causa de trabalho aparecem correndo com malas em suas costas falando “Chegamos, chegamos, vamos jogar”. Eram nossos queridos companheiros e valentes irmão de time Vô e Matias, que foram de avião a Curitiba depois de um cansativo dia de trabalho só para não deixar seus irmãos na mão e apanhar junto como verdadeiros companheiros de time fazem.

Não acreditamos quando os dois chegaram, foi uma emoção indescritível. Agora com quinze atletas e com o time completo voltamos ao gramado com mais vontade do que nunca. Mais uma vez a garra falou mais alto, a defesa se comportou bem, mas o ataque não conseguiu cumprir bem seu papel e não conseguimos marcar nenhum ponto, levando mais alguns tries no decorrer do segundo tempo.

Tempo esgotado, placar final Maringá 00 x 88 Curitiba. Apesar do placar tão elástico, saímos com a cabeça erguida e soubemos perder com dignidade que poucos têm nos dias de hoje. Apesar de todas as controvérsias e problemas internos do clube, fizemos um jogo que ficará para a história, e será contada enquanto o time existir. Essa foi uma das maiores demonstrações de amor que já presenciei em um esporte.

Nunca perder me deu um sabor tão doce.”