Tempo de leitura: 12 minutos
Nesse fim de semana, a Série Mundial de Sevens 2012-13 entre em sua reta final com a disputa de sua 7ª etapa: o Sevens de Tóquio, no Japão, a antepenúltima etapa do circuito. Após o torneio japonês, a Série Mundial de Sevens irá à Europa em maio, para as etapa decisivas em Glasgow (Escócia) e Londres (Inglaterra).
Em Tóquio, as atenções das chamadas seleções centrais – isto é, todos os participantes à exceção do Japão – estarão voltadas para a luta pelo título e a batalha contra as três últimas colocações do circuito. Na parte de cima da atual classificação, a Nova Zelândia está com uma mão no título da temporada, somando nada menos que 25 pontos a mais que o vice-líder Fiji e 29 acima da terceira colocada Samoa. Apenas um desastre irá tirar o título dos All Blacks, que primam pela consistência. No entanto, o circuito mundial vem se notabilizando pela variação entre os campeões das etapas: foram até aqui 6 torneios com 5 campeões diferentes. Apenas Fiji venceu 2 torneios, enquanto a líder Nova Zelândia venceu somente um, mas garantiu 3 vices e 2 terceiros lugares.
Após a 8ª etapa, em Glasgow, os três últimos colocados serão relegados à disputa do Torneio Qualificatório em Londres, na última etapa, quando enfrentarão Zimbábue, Tonga, Geórgia, Rússia (os 4 primeiros colocados do Torneio Pré-Qualificatório de Hong Kong) e Hong Kong valendo 3 vagas como seleções centrais para a temporada 2013-14, isto é, valendo a permanência no grupo de elite do sevens mundial ou o rebaixamento. Até aqui, quatro equipes estão severamente ameaçadas de terminar entre os três piores. Escócia, Estados Unidos, Portugal e Espanha lutarão pela salvação nas etapas de Tóquio e Glasgow. É vida ou morte na Terra do Sol Nascente!
Por uma arrancada
Fiji caiu no Grupo A de Tóquio, e sabe que suas esperanças do título da temporada recaem sobre esse torneio, com a obrigação de título à vista. Após um grande desempenho em Hong Kong, Fiji chega com moral, e caiu em um grupo relativamente tranquilo, com a decadente África do Sul, Portugal e Espanha. Os Blitzboks fizeram uma campanha para se esquecer em Hong Kong, logo após terem conquistado o Las Vegas Sevens. Quando parecia que a África do Sul teria uma guinada na temporada, os verde-e-ouros afundaram. Em Tóquio, a equipe necessita de um bom desempenho para terminar em alta sua campanha, aspirando ainda ao vice-campeonato. Meta possível, estando apenas a 10 pontos de Fiji. A grande esperança dos Boks está no retorno do ex-melhor do mundo Cecil Afrika que, recuperado de lesão, entra no lugar do contundido Paul Delport. Ventos favoráveis à África do Sul.
Portugal e Espanha, por outro lado, farão um duelo particular contra a zona da degola. Para os dois times, que estão nas duas últimas posições da temporada, vitórias sobre sul-africanos ou fijianos poderiam significar um passo crucial para a fuga da rabeira do circuito. E o clássico ibérico promete ser mais acirrado do que nunca. Tanto portugueses quanto espanhóis vem tendo bons desempenhos nos jogos, o que dá esperanças a ambos de melhora. É a competitividade do circuito que levou os ibéricos à parte de baixo da classificação.
Gales e Quênia, os quase-campeões
No Grupo B, as duas seleções que despontam são Gales, vice-campeão de Hong Kong, e Quênia, vice-campeão de Wellington. Tanto galeses como quenianos fizeram torneio mágicos nas duas campanhas de seus vice-campeonatos, perdendo os título de virada e no finzinho. As duas seleções em questão vem fazendo temporadas de altos e baixos, e nada garante que voltarão a brilhar na luta pelo título em Tóquio. Porém, as expectativas são boas, com Ifan Evans liderando os galeses e Oscar Ouma abrilhantando os quenianos.
Na luta para surpreender vem Estados Unidos e Escócia que, assim como Portugal e Espanha, lutam contra as últimas posições. Porém, os dois concorrentes estão em situações diferentes. A Escócia vem melhorando etapa após etapa e, apesar da má colocação em Hong Kong, a Escócia voltou a ter seus lampejos, superando sua arquirrival Inglaterra mais uma vez na temporada. Os escoceses dão mostras de vitalidade e evolução, enquanto os Estados Unidos parecem estagnados, com poucos momentos de brilho na temporada. A situação preocupa mais para os estadunidenses.
A caminho do título
No Grupo C, a Nova Zelândia tem tudo para garantir a primeira colocação, seguindo rumo ao título da temporada. Os neozelandeses vem fazendo campanhas de muita regularidade, e apresentando jovens e talentosos valores, como Lam, Khan, Kaka e Stowers, que ao lado dos genias Forbes e Mikkelson, vem garantindo a camisa preta no topo. Os All Blacks, no entanto, terão pela frente dois oponentes perigosos, que já tiveram grandes momentos na temporada: Canadá e França, que brigarão entre si pela classificação.
Os canadenses têm o terceiro maior anotador de tries da temporada, Sean Duke, um verdadeiro matador, enquanto os franceses contam com a maestria de Paul Albadalejo. Na última etapa, no entanto, a ausência do lesionado Terry Bouhraoua foi muito sentida pelos Bleus, que largam em Tóquio um pouco abaixo dos canadenses, que tiveram mais constância ao longo da temporada – ao contrário dos franceses, marcados pelos altos e baixos.
O Japão, time da casa, completa o grupo, e deverá brigar apenas por uma vitória para alegrar sua torcida.
Grupo montanha-russa
O Grupo D e marcado pelo equilíbrio, com Samoa, Inglaterra, Austrália e Argentina, quatro equipes de altos e baixos até aqui. Os samoanos ocupam a terceira posição na classificação, o que os coloca em posição privilegiada nas disputas do grupo. O título do Plate em Hong Kong faz Samoa chegar em alta para a temporada, acima de seus concorrentes no grupo. Com poucos atletas nas primeiras posições dos ranking de pontos e tries, Samoa joga para encerrar 2012-13 com boas perspectivas para a próxima temporada.
A Inglaterra é o maior exemplo de seleção montanha-russa: campeã em Wellington, e presença marcante no Bowl e Shield em outros torneios. O alto nível de Dan Norton, Matt Turner e Marcus Watson no ataque não se reflete na defesa da equipe, que não consegue gerir vitórias como deveria, despencando nas partidas e na classificação. Se encontrar estabilidade em Tóquio, a Inglaterra poderá voltar a brilhar. Mas, para tal, deverá superar velhos rivais.
Austrália e Argentina não ficam atrás da Inglaterra em instabilidade. Os australianos estão entre as equipes com mais vitórias ao longo da temporada, mas com sem participações nas semifinais da Cup, além de uma última colocação no Shield em Dubai. Já a Argentina, é um declínio só. A partir das semifinais da Cup na etapa da África do Sul, os argentinos fizeram uma campanha pior atrás da outra, tendo acabado na Shield em Hong Kong. Para ambos, ter a Inglaterra no grupo pode ser uma benção.
Tokyo Sevens – 7ª etapa da Série Mundial de Sevens 2012-13
Grupo A: Fiji, Portugal, África do Sul e Espanha
Grupo B: País de Gales, Quênia, Estados Unidos e Escócia
Grupo C: Nova Zelândia, Canadá, França e Japão
Grupo D: Austrália, Samoa, Inglaterra e Argentina
Sede: Estádio Príncipe Chichibu (capacidade: 27,000 espectadores)
Sexta, dia 29 de março / Sábado, dia 30 de março
Das 22h00 às 8h00 (horários de Brasília)
Austrália x Inglaterra
Samoa x Argentina
Fiji x África do Sul
Portugal x Espanha
País de Gales x Estados Unidos
Quênia x Escócia
Nova Zelândia x França
Canadá x Japão
Austrália x Argentina
Samoa x Inglaterra
Fiji x Espanha
Portugal x África do Sul
País de Gales x Escócia
Quênia x Estados Unidos
Nova Zelândia x Japão
Canadá x França
Inglaterra x Argentina
Austrália x Samoa
África do Sul x Espanha
Fiji x Portugal
Estados Unidos x Escócia
País de Gales x Quênia
França x Japão
Nova Zelândia x Canadá
Sábado, dia 30 de março / Domingo, dia 31 de março
Das 9h00 às 5h00 (horários de Brasília)
Finais
Lista de campeões dos torneios da Série Mundial de Sevens 2012-13:
Gold Coast Sevens – Fiji
Dubai Sevens – Samoa
Nelson Mandela Bay Sevens – Nova Zelândia
Wellington Sevens – Inglaterra
Las Vegas Sevens – África do Sul
Hong Kong Sevens – Fiji